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Atividades ao ar livre sempre foram uma das minhas paixões. Pensando bem nesses 47 anos já fiz de tudo um pouco, scuba diving, rafting, indoor climbing, mountain bike e mais recentemente Trail running.

Apesar de amar várias modalidades ao ar livre eu nunca me interessei por provas de Iron Man ou distâncias muito longas acima de 10/15km por uma questão pessoal, talvez não gostar da ideia do sofrimento físico por horas a fio... Talvez por respeito a minha própria saúde..

E claro que a primeira vez que o Pamonha Jerônimo me convidou para uma corrida de aventura de 40KM com 3 das modalidades que eu já conhecia eu declinei.. Era óbvio que eu não iria entrar numa furada dessas nesse ponto da minha vida rsrsr.

Mas, confesso que fiquei intrigado com a possibilidade da prova ser em equipe. Acho que no fundo um dos medos que eu tinha era quebrar sozinho numa prova longa, então, reconsiderei e disse sim para Sertaneja dia 06 de Abril de 2019. A equipe da prova Pamonhas Imortais foi montada com Jerônimo na navegação, eu, Elisangela e Maria Amélia com experiência em pedal. 14.00 Largada


A primeira parte começou com uma corridinha de 1KM na grama até o PC1, mel na chupeta. Do PC1 entramos no caiaque para uma perna que deveria ser de 7km em represa. Aqui cometemos o primeiro erro. Durante o planejamento estava claro que deveríamos navegar próximo a margem até o PC2. Entretanto uma vez iniciada a navegação fomos todos para o meio da represa seguindo na esteira das outras equipes. Jerônimo e Elisangela dividiram um caiaque duplo. Eu e Maria fomos sozinhos em 2 simples. Maria estava com dificuldades para acertar o ritmo da remada e acabou ficando por último. Elisangela também nunca havia remado e estava com dificuldades também. Eu estava bem e poderia ter puxado o ritmo mais forte mas preferi ficar mais próximo da Maria pra dar uma força, afinal éramos uma equipe! Remamos por cerca de 1 hora e 30 quando comecei a suspeitar que estávamos fora da rota. Acabamos indo muito para o lado oposto da represa e nesse ponto nosso navegador ordenou que mudássemos a rota na direção oposta.. Só que contra a corrente que estava começando a vazar 😔. Acabei tomando a frente nesse momento por receio de cãibras na perna, mas sempre mantive os 3 no meu campo de visão..

17.00 Horas


3 horas de remo e 12KM depois cheguei no PC2. Maria chegou uns 10 minutos atrás seguida por Jerônimo e Elisangela. Do PC2 seguimos pela estrada de plantação até o ponto de natação, que alcançamos sem nenhum problema. Só que não rsrss A travessia tinha talvez uns 250 metros de extensão e tínhamos que cruzar com todos os equipamentos. Jerônimo e Maria entraram na água primeiro, eu fiquei pra traz para ajudar a Elisangela que não sabia nadar. Acabei rebocando ela de costas e como eu estava de tênis a minha pernada não rendia nada. Com 20 minutos na água eu ouço o Jerônimo gritar: PQP perdi o mapa na água!!

Nesse ponto minhas práticas de meditação entraram em ação. Pensei comigo, ok, primeiro, preciso terminar essa travessia e sair da água. Na sequência a gente pensa no próximo problema. A Maria já havia chego a margem quando avistou um corredor sozinho.. Ele havia se separado da equipe na tentativa de cruzar o rio e estava andando na direção aonde eles poderiam cruzar a margem por terra.. Isso a 3KM de onde estávamos. Assim que cheguei na margem paramos e descidimos que sem o mapa, nossa melhor chance seria seguir na direção do corredor solitário e se juntar a ele para tentar chegar na cidade.. Andamos um pouco por uns campos quando o Jerônimo decidiu voltar a margear o Rio e para nossa surpresa, avistamos um pontinho se movendo a cerca de 1km.. Era o corredor solitário ..Lucas de Londrina correndo na equipe Tarja Preta.. 19.00 Horas Fim da luz do dia.. Hora de ligar as lanternas. Continuamos margeando o rio junto com o Lucas na esperança de encontrar a equipe dele, que tinha o mapa..Ao final de 1 hora de caminhada avistamos um luzinha no lado oposto da margem. Era o Rogério com o mapa.. Festa na floresta! 20.00 Horas Nossos dois navegadores, Jerônimo e Rogério plotaram uma rota para fora da margem em direção ao PC4. Nesse ponto decidimos abortar o PC3 e seguir direto para as bikes no PC4 aonde poderíamos re-abastecer e continuar. Começamos a negociar a caminhada pelo meio de um milharal ao melhor estilo filme de terror. Não se via um palmo a frente das folhas de plantas, e nossa única referência eram as luzes dos capacetes aparecendo e sumindo por entre os pés de milho.. 21.30 Chegamos no PC4!! Ótima recepção do pessoal da organização. As bikes e caixas estavam todas na quadra da escola. Ficamos por ali uns 20min, alongando, hidratando e descansando. O plano B agora seguir com o tarja preta até o final.. 22.00 Horas Iniciamos o pedal rumo ao PC5. Nessa altura eu já começava a sentir uma certa fadiga generalizada. Me hidratei e me alimentei o tempo todo, mesmo assim 8 horas de prova já era terreno inexplorado pra mim. Comecei a ficar mais atento ao estado psicológico.. Encontramos o PC5 e PC6 com relativa facilidade. 23.00 A rota para o PC7 tinha bastante asfalto. Nesse ponto eu já era a ovelha fraca e estáva sempre atrás de todo mundo. No final da descida em direção ao ponto eu praticamente cochilei pedalando e fui na direção de uma cerca. Bati meu joelho num pedaço de pau e por sorte não cai ou quebrei meu joelho, mas a dor era fenomenal. Meus sistemas de alerta estavam agora ligados.. Será que da pra desistir???

Enfim, PC7 feito, bora para PC8 aonde deixaríamos as bikes e seguiriamos por mais 5Km de trekking , passando pelo maldito PC9 e depois, de volta para a conclusão. 00.00 Horas Deixamos as bikes no PC8 e fomos em direção ao 9..Ali começou meu pesadelo.. Eu já não tinha energia para falar ou pensar.. Somente andava atrás do grupo enquanto os navegadores tentavam entender porque não encontramos a Porra do PC9. Eu só queria terminar por ali talvez deitar no chão mesmo e dormir tamanho era minha exaustão. Acabamos voltando para o PC8 pra tentar uma outra trilha.. Eu já estava modo Zumbi. Talvez eu até já tivesse morrido mesmo naquela curva e nem tinha percebido.... Negociamos uns caminhos alternativos por mais uns 40min sem sucesso. O cansaço, a exaustão e o mal humor vem a toda.. A Elisangela estava no modo faca na caveira e queria terminar a qualquer custo.. Maria parecia bem cansada. Nosso navegador ainda frustrado com a perda do mapa e com o fato de não conseguir encontrar o PC9. Enfim, numa atitude digna de um líder, Jerônimo pos em a votação a decisão de abortar a prova e retornar para a base pedalando..

Resultado

WALKING DEAD = Sim

MARIA = SIM

Elisangela= No fucking way!!!

Ficou para o navegador o voto de decisão final e pensando na segurança, no nível de cansaço e também no fato de já termos mesmo perdido o PC3. Decidimos voltar.. Não sem protestos da Elisangela.. 01.30 Depois de mais de 10 horas de prova, retornamos, cansados, um pouco frustrados mas acima de tudo, seguros!


O que eu tirei de lição na minha estreia em corrida de aventura?

• Correr em equipe em muito melhor do que sozinho.

• Nossas crenças limitantes e estado emocional impactam demais nossa performance física. Eu não acreditava que seria capaz de aguentar uma prova desse tamanho.

• A exaustão atrapalha o raciocínio e pode nos por em risco desnecessário.

• Não perca o mapa na próxima

•Tenha sempre um plano B e calma diante dos imprevistos, que não são poucos em corridas de aventura

Obrigado as meninas da minha equipe pela parceria e oportunidade de correr com vocês. Obrigado Jerônimo por nos orientar e conduzir pelo vale da morte rsrs Obrigado equipe Os Pamonhas por toda organização e amizade.. Obrigado equipe Tarja Preta pela parceria! Até a próxima... Ou não 😁



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A prova foi simples, contudo muito bem organizada. Formamos um baita quarteto. João Carlos (Poletão) destroi no pedal, Alexandre na corrida, Ricardo e sua navegação pontual e eu acho que me destaco no remo.

Sexta-feira, dia anterior ao da prova, acordei um pouco resfriada, mas fisicamente bem.

Sabia que seria uma prova mais difícil e desistir não era uma opção.

Eu e o Poletão fizemos uma boa parceria no remo. Ele foi na frente e como é alto e tampava bastante a visão, "cantava" o caminho a ser seguido. "Ste, margem esquerda" ou "tem um S, começa pela direita e vira à esquerda". O rio estava um pouco baixo e enroscamos em alguns lugares, porém menos que a maioria, conforme observávamos.

Já no remo eu sentia que doía para respirar, mas a preocupação era terminar.

Largamos para a bike e foi então que entendi que eu não estava bem. A cada inspiração parecia que tinham cacos de vidro na garganta e que o ar não chegava nos pulmões, mais ou menos como quem tem asma.

O Poletão pedalava, me empurrava e então eu conseguia respirar um pouco. Estávamos em último e a ideia era terminar a prova. Até que encontramos uma galera perdida no rio. O Ricardo achou o PC e seguimos, mas não demorou até nos ultrapassassem. E assim foi quase toda a prova, em especial com a equipe Malagueta, que ficou em 2° lugar e na qual teve um representante Pamonha, o Mario de Joinville. Ele me deu mel durante a prova o que ajudou muito.

Deixamos o primeiro pedal e fomos para trekking. O Ale carregou minha mochila, que ainda estava cheia. Deve ter levado uns 6 a 7 kg com as duas e isso me permitiu recuperar. E assim seguia a prova. Fizemos o segundo pedal, e saímos para o segundo trekking. Já eram umas 19 horas e o planejado era chegar às 23h para a costela com a prova completada. Só que não. Rsrs

Sabíamos que outras equipes tinham desistido e ficaríamos em 4° lugar.

No último trekking eu fui me esgotando. Encontramos o Marlon e o Diego da Xokleng com dificuldade de encontrar o PC11. Fomos todos juntos e ainda assim perdemos um tempão num bananal. Não dava para ficar parado, nem pra analisar o mapa pela quantidade de mosquitos. Picavam por cima da roupa.

Seguimos sempre subindo. Passamos por um filhote de nelore invocado e um cannoning quase vertical rumo a uma torre de rádio no alto do morro.

Lá, informei a equipe que não teria mais condições de prosseguir, mas obviamente teríamos que voltar. Então decidimos tomar o corte das 23 horas. Voltamos à pé até o AT, pegamos 2 PCs no caminho e chegamos lá às 23:03, quando seríamos autorizados a trocar um pedal de 22km até a lua por um retinho de 7km até o final da prova.

Já ouvi dizer que uma equipe mais homogênea é melhor, pois todos andam juntos. Nesta, porém, foi justamente a diferença entre nós que permitiu não só para alcançarmos o 3° lugar como completar a prova.


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“Na Corrida de Aventura, a prova começa quando abre a inscrição.”

E assim foi no caso da 1ª etapa do Campeonato Paranaense.

Eu tinha combinado de ir pra prova em Guaraqueçaba com o Maurício Kroin, mas quando a prova mudou para Guarapuava por causa da Febre Amarela, ele pulou fora. Logo já me emparceirei com o Brandão, ia ser uma dupla boa, mas ele também teve que cancelar devido a um compromisso familiar que teve na mesma data. Então já chamei o Luciano, que me respondeu que estava trabalhando muito e não ia porque estava sem tempo pra treinar. Minha resposta pra ele: “Por isso mesmo que você tem que ir. A vida não é só trabalho.” No dia seguinte ele me ligou e confirmou. Estava formada a dupla.

O Luciano chegou de viagem na sexta-feira, arrumou as coisas dele meio correndo e trabalhou até quase 16:00, enquanto eu carregava o carro com a ajuda da Mariana, que correu pela Lagartixa e foi de carona com a gente. Eu fui dirigindo pra ele poder trabalhar durante a viagem e assim foi até chegarmos lá as 19:30.

O que considero nosso primeiro acerto foi o pré-largada. Estávamos cansados então fizemos tudo rapidinho. Pegamos os mapas as 20:00, entramos no carro e fomos até uma pizzaria. Lá, sem ninguém atrapalhar, estudamos o mapa juntos e jantamos. Voltamos alimentados para o Briefing, que durou até as 23:00. Depois impermeabilizamos os mapas, arrumamos os sacos e as caixas. Terminamos tudo 00:15 e pudemos dormir até 1:45 para largada as 2:00.

Na largada, meio sonolentos, uma corrida de 7 km até o PC01. Neste momento tivemos a oportunidade de nos juntar com nossos amigos do quarteto Os Pamonhas e fazer um tour de madrugada pelas favelas e bocas de Guarapuava. Erramos o caminho, passamos por uma casa de moças, uma boca funcionando (onde o Jair pediu informação para o rapazinho e o Rafael ficou louco de vontade de trabalhar na sua função original de PM). Depois desse tour interessante, conseguimos achar o caminho correto e assinar o PC01 25 minutos atrás do penúltimo colocado. A turma do quarteto saiu correndo e nós andando. Já estávamos fechando a trilha.

Mais 5 km de corrida para o PC02, nada muito difícil. Ainda ultrapassamos um quarteto que estava andando. Depois de assinar o PC e fazer uma conferência surpresa dos equipamentos obrigatórios, optamos por cortar por uma trilha que economizava 400 metros. Novamente tivemos a oportunidade de fazer um tour por uma trilha de motocross com várias rampas e que, ao cruzar um rio, se fechou e tivemos que voltar tudo. Foram 30 minutos de exploração e xingamentos.

No caminho para o PC03, entrei na subida que deveria ser o ataque ao PC três vezes, porque me bati com a referência do rio que estava a nossa direita. Na terceira vez que insisti, aquele caminho se provou o correto e comecei a acertar a navegação um pouco, mas me cobrava por dentro por estar errando tanto. Foi quando vimos umas luzinhas. Eram os amigos da dupla Irmãos Metrilhas e do quarteto Ubuntu Xondaro, perdidos. Ali, pela primeira vez, eu estava confiante na minha navegação e fui firme quando apontei o provável caminho, que estava correto.

PC03 fotografado, fomos em busca do PC04, onde dei mais uma erradinha boba. Demo uma voltinha a mais e chegamos um pouco depois dos Metrilhas e Ubuntu, só pra manter a tradição de fechar a trilha.

No caminho do PC05 deixamos eles pra trás de novo, mas quando cheguei próximo do PC azimutei ligeiramente errado e subi em uma trilha que não estava no mapa. Andamos muito até eu decidir que estávamos em uma determinada curva a 700 metros adiante do PC. A opção foi voltar para fotografar o local e seguir sem o PC, mas quando voltamos deu só 300 metros. Então deduzi que não estávamos onde achei que estávamos e voltei tudo de novo, andei por dentro do rio e achei o PC05, da trilha do inferninho.

O PC06 eu nem lembro, mas acho que foi tranquilo de achar. Estávamos desmotivados e fazendo as contas para pegar os cortes e completar a prova no menor tempo possível, já que com todo esse atraso já não sabia se chegaria domingo em casa. Quando chegamos na área de transição, a dupla TSK estava saindo e pensamos que não éramos os únicos perdidos. Fomos à área de tiro ao alvo, modalidade que pude experimentar pela primeira vez e gostei muito, e depois seguimos viagem, cerca de 2 horas atrás do pelotão principal.

Ali, no caminho do PC07, nossa sorte mudou. Quase chegando no PC avistamos muitas bicicletas paradas e o povo todo distribuído na ravina que descia à esquerda. O PC estava plotado na primeira ravina, em cima de uma trilha que descia ao lado de um rio. Tinha uma cerca de arame farpado que o pessoal pulou. Perguntei se tinha acontecido alguma coisa e eles me disseram que estavam há 2 horas procurando o PC naquele local. Meu parceiro nessa hora foi perfeito, mesmo eu tendo errado a prova toda e nos colocado entre os últimos, ele falou que confiava na minha decisão, seja qual fosse. Decidi seguir em frente e buscar o rio, que estava do lado da trilha que tinha acesso por um portãozinho a menos de 150 metros adiante. Com certeza aquelas referências estavam bem mais próximas, apesar de estar na segunda ravina. Descemos ali e demos de cara com o PC. Ninguém veio atrás.

Seguimos para o PC08, onde surgiu mais um imprevisto. O pneu traseiro do Luciano estava furado e paramos para trocar. Era um pneu tubeless, mas com câmara. Levamos cerca de 35 minutos, muita força aplicada com espátulas e alavancas e um trabalho em equipe minucioso pra conseguir trocar o pneu pela primeira vez, mas ele não enchia, pois com nossa habilidade incrível, conseguimos rasgar a câmara nova. Nos mantivemos calmos, rindo da situação, comendo e bebendo pra não desidratar e decidimos chamar o Uber e voltar pra casa. Só que essa decisão durou pouco tempo porque eu tinha mais uma câmara e decidimos tentar de novo. Dessa vez levou 25 minutos e o trabalho ficou mais ou menos. Deu para levar a bicicleta adiante fazendo nhec nhec porque a câmara não assentou bem dentro do pneu e a gente não conseguia encher mais ela com as ferramentas que tínhamos.

Todos nos ultrapassaram antes de buscarmos o PC08, que não foi difícil na navegação. Só o sol que estava judiando muito de todos na prova. Bebíamos muita água. Pegamos o PC08, o PC09 e o PC10 sem maiores problemas. Quando cheguei no PC11, ou onde ele deveria estar (na minha opinião), não encontrei a plaquinha. Tinha certeza que estava no local certo, filmei tudo e quebrei à esquerda em busca do PC12. Cerca de 2 km pra frente encontrei o quarteto dos Pamonhas de novo dizendo que esqueceu o PC11 e que ele estava lá porque tinha se informado com a dupla da TSK. Voltei meio contrariado, mas estávamos em último mesmo e pelo menos fazíamos companhia para os amigos. O PC11 estava lá, 300 metros adiante, em uma bifurcação idêntica à bifurcação anterior. De novo eu estava errado.

O que me confundiu, também confundiu muita gente, pois ali ultrapassamos a TSK e depois de descer uns 2km encontramos a Guartela perdida. O Paulinho ainda nos disse que a Sussuarana estava mais pra trás descansando, também perdida. Apontei o PC para eles e segui fazendo conta. Estávamos novamente em 2º lugar dentre as duplas.

Corremos para o PC12, onde ficamos muito impressionados porque avistamos os Irmãos Metrilhas, que já não víamos desde o PC04. Estavam no jogo novamente e a partir dali decidimos que poderíamos pegar pódio, mas pra isso tínhamos que parar de passear e começar a fazer força. Já tinha 14 horas de provas ali.

Na área de transição para o trekking, recebemos a notícia de que a Santa Ritta e a Gralha Cover não tinham achado o PC07 e por isso seriam classificadas atrás das equipes que acharam. Estávamos nessa hora liderando a prova.

Nossa decisão foi usar o que tínhamos a nosso favor em relação às outras equipes. Nós estávamos menos cansados. Repusemos energia com calma na transição. Dois mistos e 3 cocas pra cada um. Depois saímos na frente das outras três duplas que já tinham chegado ali, em busca do PC13.


Coca-cola para o zumbi

No caminho, o alívio de fazer o ataque de dia, pois seria bem mais complicado de noite. Dei uma errada no primeiro ataque ao PC13, mas consertei em silencio antes que as outras duplas me vissem. Na volta ainda ouvi a Guartela falando de nós: “Os Pamonhas querem ganhar a prova.”, mas eles não nos viram. Acertei a trilha do PC13 que era um bate volta de 25 minutos. Não vimos ninguém, então deduzi que eles também se perderam e já tínhamos pelo menos 25 minutos de vantagem.

O PC14 não fizemos, pois era após o rapel que seria cortado as 16:00. Chegamos lá depois das 18:00 e não havia ninguém no rapel. Pegamos uma trilha bem fechada do lado da BR, o que me deu muita vontade de sair dali e andar pelo asfalto, mas seguimos firmes varando mato. Finalmente encontramos a estrada para o PC15, onde demos alguns trotes e alcançamos o PC sem problemas por volta das 18:45. Seguimos então para o canion.

Este canion foi uma das coisas mais insanas que já fiz nas Corridas de Aventura que corri. Não sou um atleta muito experiente em CA, mas já tenho mais de 50 provas nas costas e não tinha visto nenhum trecho com uma dificuldade técnica tão grande, o que diminuía muita a progressão e causava certa angustia por não saber se está chegando ou não. Levamos duas horas e meia para percorrer 1,5 km, com direto a escalar diversas cachoeiras e levar picada de marimbondo na cara. Pensei na minha filha várias vezes nesse trecho.

Pois bem, saímos dali na frente de algumas equipes que entraram antes de nós, inclusive. No final das contas, fomos bem. Voltamos para a transição, tomamos mais coca, comemos mais misto e tomamos a decisão de sofrer um corte opcional que eliminava a canoagem. Dessa forma faltavam 50 km de bike para o fim.


Saída do canion na área de transição

Saímos antes de qualquer dupla chegar. Pedalamos muito bem o caminho de volta, com uma navegação mais de memória do que lendo o mapa até chegar no asfalto. Cruzamos e entramos no ataque ao PC16. Ali já errei logo e entramos em uma propriedade errada. Os cachorros vieram pra cima de nós e voltamos. Na volta encontramos o quarteto da Kraft entrando em um outro acesso. Fomos juntos, mas este também estava errado. Voltamos e tentamos um terceiro acesso e ali na estrada decidimos deitar e dormir um pouco.

Foram 20 minutos até ouvir alguém falando: “Cuidado”. Tirei minha bicicleta mais pro canto da rua para liberar passagem segura para um Uno endiabrado que parou e o Sr. que saiu de dentro já saiu peitando todo mundo. Quando o motorista falou pra ele que nós éramos gente boa porque éramos bicicleteiros, ele sossegou e até falou que estávamos na trilha certa. Podíamos seguir adiante e fotografar o container lá em cima.

PC16 feito, o PC17 teve uma navegação um pouco exigente, mas já sem dificuldades pra nós (talvez pelos 20 minutos de sono). Este caminho todo decidimos fazer junto com a Kraft pois nessas horas éramos mais fortes unidos e o Tourinho estava navegando melhor que eu.

No caminho para o AT04, onde tínhamos que ir devido ao corte opcional, deixamos a Kraft pra trás porque eles quiseram descansar mais 20 minutos. Encontramos a organização lá, que nos falou que todas as duplas estavam fora da prova. Só sobramos nós. Como não havia ninguém mais nos perseguindo, resolvemos dormir ali até 12:00 e depois ir embora devagar. Mentira! Faltava só 15 km. Vamos dormir na base.

Já amanhecia e no último PC ainda tivemos contato com os amigos da Lagartixa chegando. Não conseguimos seguir com eles porque eles resolveram pedalar em uma subida cabulosa que nós, claro, decidimos empurrar as bicicletas.

Chegamos na base as 07:15 da manhã, com pouco mais de 29 horas de prova e 20 minutos de sono acumulado. Felizes pelo inesperado primeiro lugar, porém tristes com as desistências dos amigos, cada um por um motivo diferente.


Chegada às 07:15 com 29 horas de prova

Foi um grande aprendizado perceber que no começo da prova tudo estava dando errado pra nós e quase desistimos por pelo menos 2 vezes, porém em uma prova de corrida de aventura com 29 horas, muita coisa da errado pra muita gente. Segue quem consegue continuar mesmo com as adversidades. Nós seguimos e deu “boa”, como disse o meu parceiro várias vezes durante a prova.


Premiação

Agradeço muito a meu parceiro de equipe, Luciano Lobo, da Gralha Azul, por aceitar meu convite e ter paciência por fazê-lo andar (muito) mais do que o necessário. Agradeço à minha família, principalmente a Fer e a Isa, por me receber com um sorriso enorme no domingo, mesmo eu estando pior que um zumbi. Agradeço à toda a turma dos Pamonhas, a torcida de vocês nos da força para continuar. Agradeço à organização, pela prova desafiadora que montaram em pouco tempo. E agradeço aos adversários, pelo Fair Play e pela amizade fortalecido no meio do caminho.

Que venha a próxima!

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